meu passado não é pomar
eu cresci com o ferro
e com as barras
e passarinho nunca piou por aqui
não conheci os prazeres da fruta vermelha
nem joguei pelada em campos de barro
a minha memória é uma sala escura
de pensamentos congestionados:
me esqueço todo dia
da meta bucólica
de saudosas malocas
de tempos enevoados
a minha lápide de concreto
virá com o epitáfio:
"Aqui jaz Arthur,
o amemoriado"
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